RESUMO
O custo de vida em
angola, para além de outros factores, ultimamente tem sido condicionado por uma
inflação pelos custos que eleva os custos de produção, contraindo o PIB,
ocorrendo uma inflação de demanda, em que a procura global de bens e serviços
superou a capacidade produtiva da economia. Uma situação desse tipo, não
controlada, levou com que os preços aumentassem, o que fez com que os salários
também aumentassem posteriormente, já que os dissensões são calculados com base
na taxa de inflação.
Com
os salários aumentando, o consumo deve aumentar, a demanda agregada eleva-se;
como a oferta agregada não pode responder (pois está em pleno emprego de
factores), ocorre novo aumento de preços, e o processo perpetua-se, se o
governo não intervir, com uma política de estabilização de preços.
Uma
das outras causas da inflação foi o aumento da emissão de papel-moeda, para cobrir
gastos do estado. Quando isso aconteceu, houve maior volume de dinheiro em
circulação, embora não tenha havido aumento de produção, exigindo maior
quantidade de dinheiro para adquirir a mesma quantidade de produto.
Palavras-Chaves:
O
custo de vida em angola, inflação, PIB, capacidade produtiva.
ABSTRACT
The cost of living in Angola, besides other factors, has
recently been conditioned by inflation for the costs that elevates production
costs, contracting GDP, occurring demand inflation, in which global demand for
goods and services exceeded the productive capacity of the economy. Such a
situation, uncontrolled, led prices to increase, which caused wages to also
increase later, as dissensions are calculated on the basis of inflation.
With wages rising, consumption must increase, aggregate
demand rises; as aggregate supply cannot respond (as it is in full employment
of factors), new price increase occurs, and the process perpetuates, if the
government is government do not intervene, with a price stabilization policy.
One of the other causes of inflation was the increase in
paper-currency issue, to cover state spending. When this happened, there was
greater volume of money in circulation, although there was no increase in
production, demanding more amount of money to purchase the same amount of
product.
Keywords: The cost of living in Angola, inflation, GDP, productive capacity.
INTRODUÇÃO
Neste artigo científico
faremos a Mensuração do Custo de vida em Angola: Inflação versus salários,
esses que actualmente são os dois males da sociedade angolana, mas as nossas
análises estão limitadas entre os anos de 2016 á meado de 2020 e explicaremos
minuciosa.
Um
dólar (590 kzs) nos dias de hoje, não compra tanto quanto comprava há vinte
anos. O custo de quase todas as coisas
aumentou. Esse aumento no nível geral de preços é conhecido como inflação, e é uma das
principais
preocupações dos economistas e dos formuladores de políticas.
Um índice de preços é uma
media ponderada dos preços de um cabaz de bens e serviços[1]. O
indicador mais frequentemente utilizado para o nível de preços é o índice de
preços ao consumidor (IPC). O índice de preços ao consumidor é um indicador de
inflação observado minuciosamente. Os formuladores de políticas no Banco
Nacional de Angola (BNA) monitoram o IPC ao elaborar as políticas monetárias.
Além disso, muitas leis e contratos do sector privado possuem cláusulas que
consideram o aumento no custo de vida, e o IPC é utilizado para realizar ajustes
nos contratos em decorrência de variações no nível de preços. Por exemplo,
níveis salariais, os benefícios da seguridade social, etc.
Metodologia
Este artigo está
baseado em um estudo em método de observação que construíram teorias que na
qual explicamos o que é observado. Método de interpretação, pois esse
consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições que estão apoiadas na
análise da produção do espaço.
A pesquisa
bibliográfica foi necessária para elaboração do texto, na qual foram utilizados
fontes e autores que pesquisaram sobre inflação e salário. Também foi
fundamental a realização de uma pesquisa documental, para o levantamento de
dados, feita em órgãos, bem como nos sites oficiais.
Nos apoiamos ainda mais
em outros métodos como estatístico e comparativo que ajudaram-nos na
qualificação de informações, delimitação das conclusões que se tornaram
verdadeiras.
CAPÍTULO I- MENSURAÇÃO DO CUSTO DE VIDA EM ANGOLA:
INFLAÇÃO VERSUS SALÁRIO
Com a crise financeira
e económica mundial registada no ano de 2014, o quadro económico de Angola
mudou drasticamente através de uma Inflação pelo Custo que acelera as elevações
dos custos de produção, especialmente das taxas de juros, câmbios, salários ou
dos preços das importações.
Nos anos de 2016, 2017,
2018, 2019 a Julho de 2020 com a inflação respectivamente de 42%, 23%, 18,6%,
16,9% e 13,88%, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE). O pico da Inflação em Angola nos últimos anos registou-se em
Julho de 2016, quando, no espaço de um mês, os preços registaram um aumento
médio de 4%, com a Inflação acumulada de 42% com Índice de Preços no Consumidor
Nacional (IPCN)[2].
Na elaboração do
Orçamento Geral do Estado os erros tem sido constantes quanto as previsões da
inflação que são influenciadas pelo aumento dos preços dos sectores Bens e
Serviços, Habitação, Água, Eletricidade e Combustíveis, Vestuário e Calçados, Lazer,
Recreação e Cultura.
A pergunta que não quer
se calar, o que desencadeou os níveis altos de inflação na Economia angolana?
Sabemos, que, no curto
prazo, é a interacção entre a oferta e a procura agregada que determina as
flutuações cíclicas, a Inflação, o desemprego, recessões e expansões. Mas no
longo prazo, é o crescimento do produto potencial através da oferta agregada
que explica a tendência do produto e dos níveis de vida.
Nós como Consumidores
simplesmente interpretamos a inflação como aumento no preço dos produtos e nos
esquecemos do nível de actividades da indústria, a dívida pública e o mercado
externo. Com a economia em recessão exerceu uma força coativa ao Banco Nacional
de Angola (BNA) a produzir mais dinheiro para poder arcar com suas obrigações
internas. Em caso específico, a elevação nos custos de aquisição de bens
(inflação de custo) causada pela escassa disponibilidade de divisas no país
também contribuíram para subida geral dos preços no mercado e a consequente
perca de poder de compra. A inflação acarreta distorções principalmente sobre a
distribuição de renda, expectativas empresariais, mercado de capitais e sobre o
Balanço de Pagamentos.
Com a perca de poder de
compra os sindicalistas dos trabalhadores exigiu as autoridades governamentais
a adopção de medidas económicas, tais como aumento e proteção salarial. As
autoridades governamentais cederam as pressões, aumentando assim o salario
mínimo nacional para o sector privado nas cifras dos 30 porcento, passando dos
16.503 para 21.454 kwanzas no Sector da Agricultura, 26.817 kwanzas do Comércio
e da Industria Transformadora e 32.181 kwanzas para os do Comércio e Industria
Extractivas com o Objectivo de garantir a estabilidade e o equilíbrio no poder
de compras das famílias.
I.1
O Risco do Aumento Salarial numa Economia com a Produtividade Constante
A crença de que os
sindicatos podem elevar substancialmente os salários de toda população que
trabalha é uma das grandes ilusões da época presente. Essa ilusão resulta,
principalmente, da falha em não se reconhecer que os salários são, basicamente,
determinados pela produtividade do trabalho[3]. E
quando não acontece o aumento na produtividade mas elevasse os salários
desencadeia uma maior procura de bens e serviços que não será correspondido
pela oferta no mercado por manter-se constante os níveis de produtividades, e
as famílias comprarão os mesmos produtos mas em preços altos.
Apos o reajuste
salarial invés de vermos os nossos problemas económicos resolvidos, arranjamos
outro, que chamamos de “mais gastos
governamentais” se a economia não produz, obrigará ao Estado obter dívidas
ou emitir mais moeda para arcar com as despesas públicas que veem acompanhado
pelos males da sociedade angolana: inflação e aumento salarial.
Não somos contra reajuste
salarial, mas foi um erro aumentar o salario mínimo acima da inflação sem ter
um aumento na produtividade, a procura agregada aumenta mais rapidamente do que
o potencial produtivo da economia, fazendo subir os preços para o equilíbrio do
mercado, deixando as famílias numa ilusão monetária.
I.2
Ilusão Monetária das Famílias
Com o reajuste do
salario mínimo nacional, as famílias passaram a pensar, com o dobro do salario
que têm poderia comprar o dobro de bens. Mas as conclusões foram óbvias, o
governo simplesmente contraiu dividas e emitiu maior quantidades de dinheiro e
distribuiu a população. Mas a produtividade mantem-se constante enquanto a
procura de bens e serviços aumentou.
Os inflacionistas veem,
apenas, no dinheiro aumentado, o meio de aumentar o “ poder aquisitivo” de todo
mundo, no sentido de possibilitar a todos a compra de maior quantidades de
mercadorias do que antes. Mas esquecem que pessoas, colectivamente, não podem
comprar o dobro de mercadorias que compravam antes, a menos que também produzam
o dobro das mercadorias[4].
Com o reajuste
salarial, no curto prazo, induziu a subida dos preços, devido aos fenómenos da
“ilusão monetária” e da “armadilha de liquidez”. Com o aumento da massa
monetária em circulação, os agentes económicos vão ter a propensão de quer
comprar mais, com a produção constante, induziu o aumento do preço.
Agora vamos perceber a
variação salarial que induziu a ilusão monetária, em 2016 quem exercia o cargo
de direcção e chefia na função pública, auferia 179.000 kwanzas de salario, e
dedicava 40.500 kwanzas para cesta básica que tem um peso de 22,6% do seu
rendimento mensal. Em 2018 o seu salário é reajustado para 250.000 kwanzas, mas
como a curto prazo a produção é constante, a procura de bens e serviços
aumenta, e os produtores são incapazes de dar resposta as quantidades
demandadas, para ter um equilíbrio entre a oferta e a procura agregada, os
preços no mercado sobem, a cesta básica sai dos 40.500 para 84.000 kwanzas
tendo uma inflação acumulada nos 5 anos (á actualidade) de 107% sobre a mesma.
Com salario de 250.000 kwanzas passas a gastar 33,6% do seu rendimento mensal
na cesta básica que noutrora gastavas 22,6%, isso quer dizer que, em termo de
renda nominal as famílias estão mais ricos, mas em termos de renda real estão
mais pobres.
Há renda nominal,
quando o índice de preços se eleva, e a renda real reduz. Ou seja, há uma
relação inversa entre índices de preços e renda real.
Analisando o impacto do
aumento salarial, numa economia dependente, torna-se complicado estabilização
de preços, porque a nossa economia é maioritariamente importador de bens e
serviços que vem sido condicionados pela aquisição de divisas disponibilizadas
a um câmbio flutuante, desta forma deixa-nos dizer que quando um governo decide
aumentar a massa monetária, deve levar em consideração a produção nacional caso
contrario teremos dinheiro para continuar a comprar os mesmo produto, e em
curto prazo o mercado irá sugar esse excedente monetário com a inflação.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Deixar que os
decisórios políticos tomem decisões económicas, pois essas virão com
instabilidade económicas porque os mesmos visam defender as suas ideologias,
mas deixar esse papel preponderante aos verdadeiros especialistas, para que,
qualquer aumento salarial seja resultado do aumento da produção, e não haja
contrição aos privados, que alargou-se a contribuição sobre o remuneração para
segurança social que está apertar ainda mais o salário do privado, tendo como
consequência o desequilíbrio no custo de vida.
Para formularmos o
desenvolvimento e o crescimento económico, devemos apostar no sectores
primários (agricultura, pesca, avicultura, apicultura…), secundário
(industrias, infraestruturas…) e terciários (serviços), para que haja
apreciação da moeda nacional, dando fim na pressão ascendente nos preços dos
consumidores, culminando com as exportações e reduzindo assim as importações.
Um dos maiores
indicadores que candidatos a empregos procuram, no mundo, em geral, é um
salario mínimo, pois que corresponde a melhor expectativa que alguém pode ter
na vida olhando a sua projecção social, mas o salario mínimo em Angola está
longe de garantir uma vida estável, por não poder satisfazer os desejos da
cesta básica.
A lei força o pagamento
de salários mais elevados em determinada indústria, esta, em consequência, pode
cobrar preços mais altos para seu produto, de sorte que a carga de salários
mais elevados passa, simplesmente, para os consumidores.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
INE, Índice de Preços no Consumidor Nacional,
Luanda, 2016
INE, Índice de Preços no Consumidor Nacional,
Luanda, 2017
INE, Índice de Preços no Consumidor Nacional,
Luanda, 2018
INE, Índice de Preços no Consumidor Nacional,
Luanda, 2019
HAZLITT, Henry. Economia Numa Única Lição,
Instituto Ludwig von Mises Brasil, São Paulo, 2010
SAMUELSON, Paul A., NORDHAUS, William D. Economia,
Eurobooks Editora, Lisboa, 2010
VASCONCELLOS, Marcos António Sandoval de, Economia
Micro e Macro, Editoras Atlas, S/L, S/D
WEBGRÁFIA
MACHADO, Isabel Pinto. "Angola: Inflação
40% aumento salariais entre 5% e 15%. Disponível em <https://www.rfi.fr/pt/angola/20170420-angola-inflacao-40-aumentos-salariais-entre-5e-15>.
Acesso em 20 de Abril de 2018.
[1] SAMUELSON, Paul A., NORDHAUS,
William D. Economia, Eurobooks Editora, Lisboa, 2010, pp. 402-403
[2] INE, Índice de Preços no
Consumidor Nacional, Luanda, 2016-2019
[3] HAZLITT,
Henry. Economia Numa Única Lição, Instituto Ludwig von Mises Brasil, São Paulo,
2010, p. 141
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